Multidão abraçou instituições de educação e aprovou greve geral para 14/06
Cobertura da equipe ADverso: Aline Adolphs, Araldo Neto, Daiani Cerezer, Giliane Greff, Leonardo Barros, Manoela Frade, Tais Vicari e Tilber Guglielmi
Mais de 40 mil pessoas pararam Porto Alegre nesta quarta-feira, 15 de maio, durante as mobilizações em defesa da Educação e contra a Reforma da Previdência, em um grande ato unificado como há tempos não se via com caminhada pelas ruas da cidade e encerramento na Esquina Democrática.
Desde a manhã, professores, alunos e trabalhadores da educação e de diversas categorias participaram de dezenas de atividades que aconteceram em escolas, universidades e institutos federais em Porto Alegre e no interior do estado. Houve aula pública no IFRS e na UFCSPA, mobilização no campus litoral norte da UFRGS, e em unidades dos IFRS e IFSul no interior. A manifestação nacional foi o maior protesto contra o governo federal desde a eleição de Jair Bolsonaro, em uma demonstração de unidade em defesa da educação. (Veja a cobertura do dia)
Os cortes orçamentários anunciados pelo Ministério da Educação (MEC) foram o foco dos discursos das entidades presentes nos atos da tarde, que começaram na Faculdade de Educação (Faced/UFRGS) com um enorme abraço à instituição. O diretor de relações sindicais da ADUFRGS, Eduardo Rolim, falou pelo sindicato representante dos docentes da UFRGS. Rolim destacou a importância de manter a unidade até a greve nacional convocada para o próximo dia 14 de junho. "Esse dia nacional de luta se insere numa grande campanha até a greve nacional que vai parar o país e impedir o desmonte da educação pública, a reforma da Previdência e o desmonte do Estado brasileiro. A pauta desse governo é entregar o Brasil para o mercado especulativo. Não vamos entregar a educação pública", disse.
Da Faced, a manifestação seguiu para a frente do Instituto de Educação que também recebeu um simbólico abraço da multidão que caminhava ao som de tambores e gritos de "não vai ter corte, vai ter luta". O presidente da ADUFRGS, Paulo Machado Mors, falou pelos docentes da base do sindicato no caminhão de som que acompanhava a caminhada. "A nossa luta é pela educação, é pela saúde, é pela dignidade do povo brasileiro. A nossa luta é, principalmente, contra a Emenda Constitucional 95, que está tirando o oxigênio da nossa economia em detrimento dos mais pobres. Nossa luta é pela construção da greve de 14 de junho que vai parar esse país, em defesa de uma nação soberana".
Até a Esquina Democrática, a manifestação passou pelo túnel da Conceição, pelo IFRS campus POA e ainda parou em frente ao INSS como um recado contra a Reforma da Previdência.
O vice-presidente da ADUFRGS, Lúcio Vieira, vibrou com a força da manifestação. "Hoje é um grande dia de luta em defesa da educação. Essa é uma resposta ao governo que resolveu virar as costas para a educação pública, para os institutos federais, para as universidades. Essa é a resposta do povo brasileiro", disse.
No ato na Esquina Democrática, em uma votação simbólica, a multidão aprovou a greve geral para o dia 14 de junho.
Assista a fala de balanço da diretoria da ADUFRGS-Sindical