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Quarta-feira, 15 de janeiro de 2020

Associados podem doar cestas básicas ou fazer depósito em dinheiro em solidariedade aos colegas da Educação do RS que atravessam situação dramática.

Quatro anos de salários parcelados, contas atrasadas, sofrimento psicológico e vergonha. Essa é a dura realidade dos professores da rede pública no Rio Grande do Sul, que é reflexo da política de arrocho e descaso com a Educação pública praticada pelo governo gaúcho. Além dos sucessivos atrasos nos salários, a categoria vive sem reajuste desde novembro de 2014, fato que diminui o poder de compra dos educadores a cada mês que passa. Fica o dilema: ou os servidores se alimentam ou pagam as contas. A situação é dramática.

Para tentar amenizar essa situação, a ADUFRGS-Sindical lança a campanha “Solidariedade ao magistério público do RS”. Categoria que luta por dignidade profissional, que enfrenta a luta em defesa da educação e da escola pública e que resiste a retirada dos seus direitos como educadores. A garantia do processo civilizatório depende da existência de uma escola pública. A paz, a saúde e a segurança dependem da qualidade da educação e da escola pública.

O objetivo da campanha é arrecadar cestas básicas e doações em dinheiro através de transferência ou depósitos bancários identificados para ajudar os docentes da rede estadual que estão passando por dificuldades. As doações de cestas básicas poderão ser feitas, de imediato, nas sedes da ADUFRGS (Barão do Amazonas, 1581, e Campus do Vale). As doações em dinheiro podem ser feitas diretamente na conta do CPERS (Banrisul – Agência 0100 - Conta 200340460-3 / CNPJ CPERS 92.908.144/0001-69). Nos próximos dias, o Sindicato também irá organizar uma vaquinha virtual. O endereço será divulgado nas mídias da ADUFRGS.

Números críticos do magistério público do RS

- Professores estaduais estão sem reajuste desde novembro de 2014.
- Já são 49 meses recebendo em atraso/parcelado
- Salário básico 20h: R$ 630,10
- Salário básico 40h: R$ 1260,20
- Piso Nacional do Magistério vigente em 2019: R$ 2.557,74 (40h)
- Em 2020, o MEC já anunciou que será de R$ 2886,24 (40h) - embora ainda não tenha oficializado o reajuste 
- Rio Grande do Sul paga o segundo pior salário de ingresso aos professores 
- Salário da rede pública é 41% menor que a rede privada no RS
- Número de alunos nas escolas estaduais: cerca de 800 mil.

Pensando nos alunos, educadores suspendem a greve sem acordo com o governo

Após 57 dias de paralisação, está suspensa a greve do magistério público estadual. A categoria decidiu encerrar o movimento em Assembleia Geral na tarde da terça-feira, dia 14, no pátio do Colégio Estadual Cândido José de Godói, zona norte de Porto Alegre.

“Voltamos à sala de aula para preservar o salário da categoria e pelo compromisso com estudantes e a comunidade escolar. Ao contrário de Eduardo Leite, nós temos responsabilidade com nossos alunos. Saímos de cabeça erguida, para retribuir à sociedade todo o apoio e carinho prestado a nossa luta”, afirma a presidente do CPERS, Helenir Aguiar Schürer.

A votação entre a suspensão ou continuidade registrou 725 votos a favor do encerramento e 593 contra. A deliberação aprovada inclui a exigência do pagamento dos dias parados e a construção de um calendário de mobilização para derrotar o pacote de Leite.

Greve histórica

Deflagrada no dia 18 de novembro por salário em dia e a retirada dos projetos de destruição dos serviços públicos, a greve foi a maior das últimas décadas e colocou a educação pública no centro do debate.


Fonte e foto: CPERS